segunda-feira, 4 de junho de 2012

Gerenciamento da Rotina

Administração de Empresas
Metódos e Técnicas Administrativas para Educação Profissional


Gerenciamento da Rotina, melhoria do processo por meio do PDCA
Esse texto tem como objetivo refletir sobre a importância do gerenciamento da rotina nas empresas. Em seguida, esclarecer como se dá passo a passo a melhoria do processo com a aplicação do ciclo PDCA (termo esclarecido abaixo). E por fim, demonstrar que em uma empresa de sucesso não cabe o amadorismo, o imediatismo, cabe um bom plano de ação com metas claras, rotinas estabelecidas, padrões de qualidade adotados, itens para serem mensurados e um acompanhamento eficaz do gestor.

Iniciamos com a compreensão de que faz parte das funções do executivo organizar toda a empresa para o seu perfeito funcionamento. Cabe a ele planejar, dirigir, controlar e organizar a empresa. No cenário atual, de rápidas mudanças e competitividade acirrada, o desafio para a sobrevivência das empresas é realizar melhorias constantes, apostar em seu diferencial competitivo sem esquecer os passos básicos do gerenciamento das suas rotinas.

As empresas são unidades econômico-social, integradas por elementos humanos, materiais e técnicos, que tem o objetivo de obter utilidades através da sua participação no mercado de bens e serviços.

Para que sejam cada vez mais competitivas, precisam além de apostarem em inovação, possuir recursos humanos comprometidos em realizar os processos com responsabilidade e competência. Na organização temos funções operacionais e gerencias, e para desempenha-las nada substitui o conhecimento. O conhecimento técnico e gerencial serão fatores decisivos para a produtividade e qualidade dos produtos e serviços prestados da empresa.

Não se pode negar que gerenciar é essencialmente atingir metas. Para que as metas sejam alcançadas os elementos humanos que desempenham a função gerencial precisam buscar o gerenciamento diário da rotinas de trabalho com vista a melhoria permanente da empresa.

O gerenciamento da rotina, para Falconi (2004),  consite nas ações e verificações diárias conduzidas para que cada pessoa possa assumir as responsabilidades no cumprimento das obrigações conferidas a cada indivíduo e a cada organização.

O gerenciamento da rotina é a base da Administração de Empresas e o gestor que deseje lograr êxito na função deverá redobrar sua atenção: no planejamento; na divisão do trabalho; na padronização dos processos; num bom ambiente de trabalho; na monitoração dos resultados dos processos e sua comparação com as metas; e na busca contínua da perfeição.

Nos anos 70, no Japão, começaram a ser desenvolvidas novas ferramentas da qualidade. Desde então, observamos que a qualidade direciona a organização para atender ao consumidor da forma mais abrangente possível por isso é necessário o controle. Para Falconi (1992), o verdadeiro critério da boa qualidade é a preferência do consumidor. O Controle de Qualidade Total (TQC - Total Quality Control) é baseado na participação de todos os setores e de todos os empregados nos estudos e condução do controle da qualidade. Para mensurar o TQC são utilizados métodos estatísticos e ferramentas de coleta e levantamento de dados, gráficos de controle, entre outros.

Dessa forma, o gestor deve conduzir as mudanças transferindo conhecimento ao seu pessoal sem perder de vista que, para gerenciar a rotina e atingir as metas, deverá aplicar o Ciclo PDCA nos diversos processos executados na empresa. O Ciclo PDCA que foi desenvolvido e colocado em prática por Deming, é aplicado nas normas de sistema de gestão e deve ser usado em qualquer empresa de forma a garantir o sucesso nos negócios independentemente da área ou departamento.

O Ciclo PDCA divide-se em quatro principais passos de acordo com a própria sigla onde os termos estão em inglês e significam: P - “plan” que é a fase do planejamento, definição das metas, procedimentos e processos para atingir os resultados. D - “do” que é a fase da execução das atividades, execução das tarefas planejadas. C - “check” que é a verificação, monitorar e avaliar periodicamente os resultados, avaliar se os resultados estão de acordo com o planejado, consolidando as informações. A - “action” significa atuar corretivamente, agir de acordo com o avaliado, determinar e confeccionar novos planos de ação de forma a melhorar a qualidade, a eficiência e a eficácia, aprimorando a execução e corrigindo as eventuais falhas.

No ciclo PDCA existe um sentido a ser obedecido, que vai do "P" ao "A". A fase do planejamento é crucial para o gerenciamento da rotina através do ciclo PDCA e pode-se estabelecer metas na rotina da organização para manter os resultados atuais, ou seja, a meta padrão ou estabelecer metas de melhoria onde detectamos as não conformidades e/ou falhas no processo e com aplicação de novos métodos poderemos estabelecer novos resultados.

Um modelo recomendado de plano de ação é a elaboração de uma ferramenta da qualidade denominada 5W1H. O 5W1H, basicamente, é um checklist de determinadas atividades que precisam ser desenvolvidas com o máximo de clareza possível por parte dos colaboradores  da empresa. Similar ao PDCA, o nome desta ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras dos pronomes interrogativos em inglês, das diretrizes utilizadas nesse processo, a saber: What – O que será feito (etapas); Why – Por que será feito (justificativa); Where – Onde será feito (local); When – Quando será feito (tempo); Who – Por quem será feito (responsabilidade); How – Como será feito (método).

Essa ferramenta é extremamente útil para as empresas, uma vez que elimina por completo qualquer dúvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. Pode ser aplicado em qualquer organização desde as microempresas até as empresas de grande porte.

Com a meta estabelecida, o plano de ação escrito, faz-se necessário a execução do plano (a fase D do Ciclo PDCA) com a obediência dos passos críticos descritos. Nessa fase do plano, treinar o funcionário na função e acompanhá-lo até uma execução aceitável e colher dados dos resultados obtidos, torna-se fundamental.

A seguir, procedemos a verificação, ou seja, mensurar e comparar se os dados obtidos estão de acordo com as projeções do plano, está é a fase “check” do Ciclo PDCA. E, por fim, o “action” , fase A do ciclo,  as ações corretivas são realizadas nos itens que não obtiveram resultados desejados, é preciso identificar a causa da falha ou se o processo estiver com os resultados satisfatórios, esse será padronizado.

O Ciclo PDCA pode ser usado para manter ou melhorar os resultados de um processo.  Quando o processo está estabilizado, o Planejamento (P) consta de procedimentos padrões (Standard) e a meta já atingida é aceitável e, nesse caso, usamos o Ciclo PDCA para manutenção dos resultados, ou seja, SDCA que passa a ser o procedimento padrão

Vale ressaltar que, raramente, um processo é padronizado na primeira vez que se executa o ciclo PDCA, por isso para se chegar à melhoria que a empresa deseja, ou ao padrão de mercado aceitável, o ciclo pode ser executado por diversas vezes, as ações corretivas adotadas e os novos planos elaborados.

Para a aplicação da “Qualidade Total” na empresa vamos usar em cada etapa do PDCA uma das oito ferramentas, comumente, utilizadas na análise e solução de problemas. Essas ferramentas são métodos estatísticos que ajudam a gerenciar e controlar os processos, a saber: lista de verificação, diagrama de pareto, diagrama da causa e efeito, histograma, diagrama de dispersão, fluxograma, gráfico de controle e a ferramenta 5W1H explicada anteriormente. Todas elas podem colaborar para a perfeita aplicação do Ciclo PDCA em cada uma de suas etapas auxiliando a determinar objetivos e metas, determinar métodos, educar e treinar, executar o trabalho, verificar os efeitos, as não conformidades e agir apropriadamente.
      
Portanto, o gerenciamento da rotina traz a possibilidade de um ganho na qualidade e produtividade dos processos da organização. Quando cuidadosamente aplicado pelo gestor, através das ferramentas de administração apresentadas - planejamento, acompanhamento das ações, verificação e interferência os itens não conformes do processo - pode promover a padronização dos procedimentos e a melhoria continua de resultados. Dessa forma, garantimos a eficiência, eficácia e o posicionamento efetivo da empresa no mercado globalizado


ECONOMIA ECOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL

Economia e Mercado
Economia Ecologica






O que vocês pensam sobre economia ecologica?

ECONOMIA ECOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL

O presente texto objetiva apontar a existência ou não de incompatibilidade entre crescimento econômico e a preservação dos recursos ambientais, bem como compreender a área de estudo da  economia ecológica, pois é fundamental que as empresas passem a se preocupar mais com as questões ambientais. Além disso, sinalizar novos caminhos para o surgimento de organizações sustentáveis que se preocupem com a inovação tecnológica, a utilização de recursos renováveis e um ambiente equilibrado para a atual geração e as gerações futuras.

Temos a necessidade, num primeiro momento, de contextualizar quando começou a preocupação com a economia ecológica no mundo. No final dos anos 60 e anos 70, a emergência do movimento ambientalista e o choque do petróleo fizeram dos recursos naturais, da energia e do ambiente em geral um tema de importância econômica, social e política, o qual pode ser chamado Questão Ambiental. Tal critica apontava para um conflito entre o modelo de desenvolvimento econômico vigente e a falta de preservação dos recursos ambientais que, naquele ritmo, culminaria na limitação do próprio crescimento econômico.

Neste processo, é de grande destaque o impacto do Clube de Roma, com a publicação de "The Limits to Growth", o Relatório Meadows, de 1972. Tal trabalho aponta para um cenário catastrófico de impossibilidade de perpetuação do crescimento econômico devido à exaustão dos recursos ambientais por ele acarretada, levantando assim, à proposta de um crescimento econômico zero.

O debate foi levado para uma Conferência em Estocolmo em 1972, onde foi desenvolvida a tese do Ecodesenvolvimento, segundo a qual desenvolvimento econômico e preservação ambiental não são incompatíveis, mas, ao contrário, são interdependentes para um efetivo desenvolvimento.

Todo esse debate resulta na proposição do Desenvolvimento Sustentável, que deve ser entendido pela eficiência econômica, equilíbrio ambiental e também pela eqüidade social. De um modo geral, Desenvolvimento Sustentável hoje é ponto de passagem obrigatória no debate econômico, representando o ponto maior da penetração da Questão Ambiental na Economia. A partir dessa crítica ambientalista do final dos anos 60 e anos 70, surge a raiz do que se constituiu a Economia Ecológica, a qual traz, na ordem do dia, a Questão Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável.

A Economia Ecológica é uma área de estudo ainda em constituição que, apesar de reconhecida como fundamental para o estudo dos problemas ambientais contemporâneos, encontra dificuldades em se definir e afirmar no campo interdisciplinar onde pretende se inserir.

Para Mauricio de Carvalho (2009) a Economia Ecológica reconhece que o sistema econômico contemporâneo é ecologicamente desequilibrado, ou seja, que este modelo de crescimento conduz a uma utilização material e energética dos recursos ambientais que não é sustentável. Esse é o senso crítico unificado entre os estudiosos de economia ecológica.

Por essa razão, a Economia Ecológica não é uma teoria pronta e unificada, e sim um campo transdisciplinar de saberes que se unifica pela busca plural da compreensão do que é e como é a relação entre economia e ecologia. Dito de outro modo, o pluralismo metodológico sempre foi pedra angular da Economia Ecológica.

Esse pluralismo traz para a Economia Ecológica seu importante traço multidisciplinar, fazendo com que, de fato, dela participem portadores de saberes de diferentes disciplinas, que não apenas a economia. Contudo, o  objeto é o sistema econômico em sua interação ecológica com o mundo e, portanto, a economia, enquanto área do saber, se coloca centralmente.

A Economia Ecológica distinguisse tanto da "economia convencional" quanto da "ecologia convencional". Busca a integração entre as disciplinas da economia e ecologia, e demais disciplinas correlacionadas para uma análise integrada dos dois sistemas. Deste modo, na Economia Ecológica encontramos diversas abordagens, ora se aproximando mais da economia, ora mais da ecologia. Inúmeras são as formas propostas de incorporação dos princípios biofísicos, assim como também são diversos os princípios econômicos elencados  o que faz com que a Economia Ecológica mostre-se como um campo heterogêneo dentro de seu propósito comum.

Apesar de sua heterogeneidade, alguns aspectos são de reconhecimento geral como elementos unificadores. Para entendermos o funcionamento do sistema econômico e de suas relações com os recursos ambientais, é fundamental a compreensão de seus fluxos e balanços materiais e energéticos. Daí, a importância dos princípios biofísicos, especialmente, os princípios termodinâmicos - Lei da Conservação (Primeira Lei da Termodinâmica) e Lei de Entropia (Segunda Lei da Termodinâmica).

Outro aspecto está em seu esforço de compatibilização entre economia e ecologia. A questão que se coloca para a Economia Ecológica está justamente na busca da determinação da sustentabilidade desta interação, delineando as condições de estabilidade das diversas funções ecológicas, particularmente, a capacidade do ambiente em oferecer recursos naturais para o funcionamento do sistema econômico e em absorver seus rejeitos.

 Neste particular, a Economia Ecológica não partilha do ceticismo ecológico, que vê tais limites como iminentes e intransponíveis, pois ela reconhece que o progresso tecnológico pode promover a superação de limites naturais pelo aumento de eficiência e pela substituição de recursos exauríveis por renováveis.


Ademais, a Economia Ecológica não partilha do otimismo tecnológico, o qual entende as restrições naturais como um problema menor, uma vez que, tais restrições sempre hão de ser superadas pela tecnologia. Portanto, a Economia Ecológica reconhece que o progresso tecnológico de fato ocorre, mas dentro de certos limites fisicamente possíveis.

Assim, a Economia Ecológica não adota nenhuma posição a priori quanto à existência ou não de limites ambientais ao crescimento econômico, e sim, uma posição de ceticismo prudente, a qual busca justamente delimitar as escalas em que as restrições ambientais podem constituir limites efetivos às atividades econômicas.

De maneira geral, em sua diversidade interior, podemos encontrar na Economia Ecológica posições que variam de um extremo mais próximo à ecologia convencional a outro extremo mais próximo à economia convencional. Enfim, a Economia Ecológica é um campo disciplinar ainda relativamente novo, que vem encontrando um desenvolvimento rápido e intenso, abrindo vários caminhos de investigação e buscando amadurecer e consolidar sua estrutura analítica teórica e seus instrumentos e ferramentas. Contudo, este é um esforço que demanda ainda muito trabalho e cooperação daqueles que, não apenas na comunidade acadêmica, mas também nas instituições gestoras de políticas, nas organizações não-governamentais e no meio empresarial, possam se dedicar à busca de uma equação de sustentabilidade no desenvolvimento econômico com o meio-ambiente.

Não se pode negar que o termo sustentabilidade é uma das palavras da moda no mundo corporativo, porém nem sempre é entendida ou aplicada de uma forma correta. Uma empresa sustentável é aquela que continua gerando lucros para seus proprietários sem causar impactos negativos aos outros clientes internos e externos da empresa.

Segundo Barbiere (2010), a mais famosa definição de desenvolvimento sustentável e foi dada em uma Assembléia da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1983, onde o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades. È preciso ir além, e termos empresas comprometidas com o desenvolvimento sustentável.

Ainda para Barbiere (2010) o modelo de organização inovadora sustentável é uma resposta às pressões institucionais por uma organização que seja capaz de inovar com eficiência em termos econômicos, mas com responsabilidade social e ambiental. Esse tipo de organização busca vantagem competitiva desenvolvendo produtos, serviços, processos e negócios, novos ou modificados, com base nas dimensões social, ambiental e econômica. Ela reúne duas características essenciais: é inovadora e orientada para a sustentabilidade.

 O modelo das organizações inovadoras sustentáveis vem ganhando rapidamente cada vez mais espaço nas empresas líderes, pois é factível alcançar esses objetivos. Esses fatos permitem dizer que o movimento do desenvolvimento sustentável é um dos movimentos mais importantes do nosso tempo e, a julgar pela vitalidade dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo, podemos inferir que ele continuará se propagando por muitas décadas.

Desse modo, o aprimoramento dos modelos de organização sustentáveis, as diversas formas da sua institucionalização em âmbito global, o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, a gestão de inovações para o desenvolvimento sustentável, serão temas cada vez mais importantes nos estudos futuros.

Talvez um aspecto, em geral, negligenciado nos modelos de organização sustentável refere-se ao consumo. O aumento da produção pelo incitamento à demanda por novos produtos pode neutralizar ou até superar os ganhos que as inovações tecnológicas produzem em termos de redução no uso de recursos e de emissões de poluentes. Levar em conta essa possibilidade dando-lhe um tratamento adequado é um dos maiores desafios para o alinhamento das empresas ao modelo de organização inovadora sustentável.

Crescimento por si só não basta. Crescimento, para que constitua base de um Desenvolvimento Sustentável, tem de ser socialmente regulado, com base em critérios de equidade e justiça social. Em um mundo materialmente finito, isso implica que se tenha que rever e regular a desigualdade de acesso aos benefícios diretos e indiretos do uso dos recursos ambientais e naturais, decorrente e associada à profunda desigualdade no padrão de consumo, entre os mais ricos e os mais pobres.

Por fim, a economia ecológica estuda a alocação dos recursos disponíveis visando o uso sustentável dos mesmos pelas gerações presentes e futuras. As empresas devem estar preparadas ou se preparando para essa nova realidade. E, como diz, um expoente da economia convencional: “you cannot negotiate with nature” ou seja, “você não pode negociar com a natureza”.